terça-feira, 15 de março de 2011

A revolta do silêncio

"O silêncio é a mais perfeita expressão do desprezo." (George Bernard Shaw)
Eu precisava de ler. Eu tinha que escrever. Há dias assim, dias em que o silêncio interior se revolta e dá um grito. Há dias em que o silêncio manda calar a voz interior e manda-me falar. Manda-me gritar. Gritar bem alto.
Hoje, sinto-me assim. Eu precisava de ler, e li. Li aquilo que não queria ler. Li aquilo que faz escrever, aquilo que fez o meu silêncio interior revoltar-se. Não me posso calar mais. Não posso continuar a abafar este sonho, o sonho que me move. O sonho que dá sentido à minha vida.
A minha essência manda-me ajudar. Ajudar-me a mim e ajudar os outros. Por isso tenho duas mãos. Uma para me ajudar a mim e outra para ajudar os outros. É isso que quero, é isso que vou fazer. Tenho que o fazer, sinto-o.
O silêncio mordaz que habita em mim, esta minha mania de guardar para mim aquilo que penso para os outros, revoltou-se e que falar. Quer por cá fora parte do que há dentro de mim, quer continuar a caminhada, quer continuar com o foco no apoio àqueles que mais necessitam. Quer deixar de ter “vergonha” de ajudar.
Porque há dias em que o silêncio tem vontade de gritar, o meu grita: quero continuar a ajudar. Quero continuar a viver e a tentar concretizar os meus sonhos. Talvez o maior: o Projecto Alma. A hora aproxima-se. Sinto-o. O meu silêncio revoltou-se.