terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A luta do Guerreiro

"A sorte nunca fez um homem sábio." (Séneca)
O Guerreio viu uma luz. Seguindo as coordenadas do coração, dirigiu-se para ela. Com a esperança ali do lado, caminhando em passos lentos, descompassados e desordenados, o Guerreiro buscava a Luz. Tinham-lhe dito que era quente, reconfortante, que através da busca da Luz teria as respostas para os seus enigmas mais profundos.
Porém, as experiências passadas pesavam, e, por força disso, o Guerreio não confiava. Muitas vezes, as expectativas saquearam a fé do Guerreiro, tornando-o calculista.
No entanto, o vazio cercava o Guerreiro, deixando-o sem opções. Não havia como voltar à esquerda ou à direita, tampouco voltar atrás. Estava obrigado a caminhar em frente. Tudo o que poderia fazer era retardar a chegada à Luz.
Comprometido com as suas falhas, mergulhado nos insucessos passados, o Guerreio vivia as mesmas provas, sem que ele pudesse entender os porquês. A injustiça perseguia-o. Nada podia fazer, segundo ele. Ao menos, um pouco de sorte, desejava. Mas ela não chegava e o Guerreiro desanimava.
Pouco a pouco, apesar das manobras de retardamento do Guerreiro, a Luz tornava-se cada vez mais próxima, e o Guerreiro temia-a.
Sem mais nada poder fazer, o Guerreiro entregou-se à sorte. À sorte da vida, àquela que tantas vezes é madrasta com ele. Consciente de que merecia mais, o Guerreiro não entende, mas não pára, por vezes duvidando de si, mas lutando sempre. Mesmo que os recursos falhem, o Guerreiro luta. Poderia ter feito mais? Não terá tido sorte?
“A sorte tem um hábito peculiar de favorecer aqueles que não dependem dela". 

5 comentários:

Menina do cantinho disse...

“A sorte tem um hábito peculiar de favorecer aqueles que não dependem dela".
Poderemos então dizer que a sorte é o resultado da luta? Que não se trata afinal de sorte, mas sim da conquista daquilo que pretendíamos atingir?
Ou melhor, a sorte é recompensa de não desistirmos?
Sorte... o que é afinal?

Bom texto, fez-me pensar.

Beijinhos

Ricardo Veloso disse...

Olá Menina,

A sorte protege os audazes, na medida em que eles mesmo se submetem à prova. Na verdade, aquilo que diferencia os vencedores dos desistentes é o facto dos vencedores não desistirem quando nada os faz acreditar. Nesse momento, geralmente, usam um "mas" e é esse "mas" de tentar que faz a diferença. Arriscam e ganham, conscientes que de vez enquanto perdem.
Por vezes, temos que ter coragem de arriscar perder, porque podemos ganhar muito com isso...

Beijinhos

Urbano Gonçalo de Oliveira disse...

Começo a pensar que realmente a sorte terá esse hábito.
É um pouco como o velho ditado "quem não arrisca ..."
Abraço.

Ricardo Veloso disse...

Olá Urban,

Bem vindo amigo. Nem mais, quem não arrisca não petisca.

Abraço

Sopro Vida Sem Margens disse...

Bravo...excelente prosa!

Amei...

Voltarei..

Um beijinho
Blimunda