sábado, 21 de abril de 2012

A derrota




Por caminhos sinuosos, o Guerreiro movimenta-se lentamente. Fugiu da boa estrada, em busca de um pouco de paz.  Talvez busque um pouco de solidão. Um pouco de silêncio para se ouvir a si mesmo. Incomoda-o as palavras do outro. Os dedos no ar e a celebração da vitória dos que venceram. Reconhece, contudo, que a vitória é justa.   
O Guerreiro não gosta de perder, mas perde. Derrotado, gosta de meditar, de refletir sobre a derrota, de procurar perceber o que falhou, o que conduziu à derrota. Não pensa em recomeçar de novo. Apenas se deixa abater. Deixa os braços cair e sente o peso da derrota.
A lição é dura e o Guerreiro procura aceitar que há guerras que não são para ganhar.
Há vitórias que exaltam, outras que corrompem; derrotas que matam, outras que despertam. (Antoine de Saint-Exupéry)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

As coisas boas da vida não se vêm: sentem-se



Nem sempre valorizamos devidamente as conquistas que fazemos ao longo da nossa vida. Por vezes, há uma tendência, quase que natural, para valorizar apenas e só as conquistas materiais. Em rigor, esse comportamento pode evidenciar uma certa tendência para valorizarmos apenas aquilo que somos capazes de observar, ignorando muitas vezes aquilo que sentimos.


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A meta

A meta é sempre o objectivo final, ou seja, a marca / objectivo que pretendemos alcançar. De facto, os objectivos são o melhor combustível para a motivação, essencial para alcançarmos aquilo a que nos propomos.
Porém, não raras vezes, as pessoas confundem objectivos pessoais com competição com os outros. Neste ponto, creio que isso evidencia uma necessidade latente de se equiparar, para poder saber o quão bom é e usufruir da satisfação do ego em caso de vitória, porque as pessoas gostam de vencer!
Mas afinal, o que é vencer? 
Vencer não é competir com o outro. É derrotar os seus inimigos interiores (Roberto Shinyashiki). Esta foi a melhor definição de vencer que eu encontrei e é com esta que me identifico.

sábado, 14 de maio de 2011

Vazio

O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto.
Fernando Pessoa
Procuro reduzir a uma só palavra o sentimento que invade o meu ser e a primeira palavra que surge na minha mente é vazio. O passo seguinte é a reflexão sobre este sentimento. Será que este vazio é positivo ou negativo?
Embarco numa viagem ao epicentro deste momento de meditação em que me encontro. Os sentimentos são contraditórios, os caminhos dúbios mas, a motivação e a curiosidade de saber onde estes sentimentos me levam são mais fortes e deixo-me mergulhar.
Procuro uma resposta e, mergulhando em mim mesmo, vou em busca de um sinal, uma luz ou de algo que dê sentido e uma razão lógica para me sentir desta forma. Em rigor, não existe nada que conceda racionalidade a esta ambiguidade.
A dúvida surge com esta palavra: ambiguidade! Porque saiu ela de dentro de mim? Simbolizará ela a incerteza? A dúvida relativamente ao meu futuro? A dificuldade de escolha? Os minutos passam, as horas avançam, memórias do passado afloram há minha mente, situações do passado invadem o meu ser e a confusão aumenta!
Que procuro eu? Que procura em mim este vazio? Qual é o sinal? O que é que eu deveria estar a entender com isto? Existirá algo no meu passado que tenho que largar? Algo no meu presente que deva entender? Será que uma parte de mim tem receio do futuro?
Não! A resposta a todas as questões anteriores é definitivamente não, e, isto, não quer dizer que, em determinados momentos da vida, não me sinta assim. Porém, este sentimento de vazio que hoje sinto é libertador! Sim, é libertador. Há partes de mim, feridas no passado, que hoje chegaram ao fim da sua caminhada e estão recuperadas. Este vazio é só um sentimento de alivio…

terça-feira, 15 de março de 2011

A revolta do silêncio

"O silêncio é a mais perfeita expressão do desprezo." (George Bernard Shaw)
Eu precisava de ler. Eu tinha que escrever. Há dias assim, dias em que o silêncio interior se revolta e dá um grito. Há dias em que o silêncio manda calar a voz interior e manda-me falar. Manda-me gritar. Gritar bem alto.
Hoje, sinto-me assim. Eu precisava de ler, e li. Li aquilo que não queria ler. Li aquilo que faz escrever, aquilo que fez o meu silêncio interior revoltar-se. Não me posso calar mais. Não posso continuar a abafar este sonho, o sonho que me move. O sonho que dá sentido à minha vida.
A minha essência manda-me ajudar. Ajudar-me a mim e ajudar os outros. Por isso tenho duas mãos. Uma para me ajudar a mim e outra para ajudar os outros. É isso que quero, é isso que vou fazer. Tenho que o fazer, sinto-o.
O silêncio mordaz que habita em mim, esta minha mania de guardar para mim aquilo que penso para os outros, revoltou-se e que falar. Quer por cá fora parte do que há dentro de mim, quer continuar a caminhada, quer continuar com o foco no apoio àqueles que mais necessitam. Quer deixar de ter “vergonha” de ajudar.
Porque há dias em que o silêncio tem vontade de gritar, o meu grita: quero continuar a ajudar. Quero continuar a viver e a tentar concretizar os meus sonhos. Talvez o maior: o Projecto Alma. A hora aproxima-se. Sinto-o. O meu silêncio revoltou-se.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A luta do Guerreiro

"A sorte nunca fez um homem sábio." (Séneca)
O Guerreio viu uma luz. Seguindo as coordenadas do coração, dirigiu-se para ela. Com a esperança ali do lado, caminhando em passos lentos, descompassados e desordenados, o Guerreiro buscava a Luz. Tinham-lhe dito que era quente, reconfortante, que através da busca da Luz teria as respostas para os seus enigmas mais profundos.
Porém, as experiências passadas pesavam, e, por força disso, o Guerreio não confiava. Muitas vezes, as expectativas saquearam a fé do Guerreiro, tornando-o calculista.
No entanto, o vazio cercava o Guerreiro, deixando-o sem opções. Não havia como voltar à esquerda ou à direita, tampouco voltar atrás. Estava obrigado a caminhar em frente. Tudo o que poderia fazer era retardar a chegada à Luz.
Comprometido com as suas falhas, mergulhado nos insucessos passados, o Guerreio vivia as mesmas provas, sem que ele pudesse entender os porquês. A injustiça perseguia-o. Nada podia fazer, segundo ele. Ao menos, um pouco de sorte, desejava. Mas ela não chegava e o Guerreiro desanimava.
Pouco a pouco, apesar das manobras de retardamento do Guerreiro, a Luz tornava-se cada vez mais próxima, e o Guerreiro temia-a.
Sem mais nada poder fazer, o Guerreiro entregou-se à sorte. À sorte da vida, àquela que tantas vezes é madrasta com ele. Consciente de que merecia mais, o Guerreiro não entende, mas não pára, por vezes duvidando de si, mas lutando sempre. Mesmo que os recursos falhem, o Guerreiro luta. Poderia ter feito mais? Não terá tido sorte?
“A sorte tem um hábito peculiar de favorecer aqueles que não dependem dela". 

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O primeiro passo: há derrotas mais triunfantes que algumas vitórias...

Se o mergulhador pensasse sempre no tubarão, nunca conseguiria deitar a mão à pérola.

 A caminhada começou algures num passado distante. O caminho revelou-se árduo inúmeras vezes, onde as quedas marcaram momentos, geraram sentimentos e até cicatrizes. Descalço, sozinho, feito eremita o guerreiro continuou a sua caminhada, aos olhos de uns como um "perdido", aos olhos de outros como um "destemido" e aos olhos de si mesmo como um fugitivo de si mesmo.
Perdido, muitas vezes desesperado, confuso e por vezes abandonado; em si mesmo, nos seus medos, nos seus receios, nas suas inseguranças, foi trilhando caminhos temendo sempre o próximo passo, que muitas vezes julgou ser o último antes do abismo.
Porém, aos poucos, a casa passada, um pouco de si se ia perdendo, à medida que a caminhada se tornava mais longa e o ponto de partida cada vez mais distante. Lentamente, mergulhado na confusão que invadia a sua mente foi-se deixando abater, até tocar no fundo. Caiu, chorou, gritou, implorou pela partida para um mundo melhor. Fez-se silêncio. O guerreiro deixou-se tombar e dormiu.
Pela manhã, um raio de sol, um vazio tranquilizante no seio do peito e um olhar distante. O guerreiro levantou-se, combalido, meio curado das feridas, prosseguiu a caminhada; sem destino, sem rumo, sem parar enfrentando o medo, armado sem nada, caminhando de olhos bem-postos no horizonte. Porque há batalhas que se vencem, trilhando caminhos de medo, buscando troféus de nada, enfrentando os medos e os fantasmas que sufocam a nossa liberdade. Há momentos na vida em que enfrentar o medo é o primeiro passo a dar, porque há derrotas mais triunfantes que algumas vitórias...

sábado, 11 de dezembro de 2010

Solidariedade & Respeito

A dar se recebe, a respeitar se cresce
Dê sempre o melhor...E o melhor virá!
Às vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas...
Perdoe-as assim mesmo!
Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de egoísta e interesseiro...
Seja gentil assim mesmo!
Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros...
Vença assim mesmo!
Se você é honesto e franco, as pessoas podem enganá-lo...
Seja honesto e franco assim mesmo!
O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra...
Construa assim mesmo!
Se você tem paz e é feliz, as pessoas podem sentir inveja...
Tenha paz e seja feliz assim mesmo!
O bem que você faz hoje, pode ser esquecido amanhã...
Faça o bem assim mesmo!
Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante...
Dê o melhor de você assim mesmo!
E veja você que, no final das contas, é entre você e DEUS...
Nunca foi entre você e eles!
Madre Teresa de Calcutá

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O dom da queda!


Na adversidade vemos a nossa agilidade perante as mesmas. Nas quedas testamos os nosso limites, nas recuperações conhecemos as nossas forças.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Compreensão e crescimento

Eu não procuro saber as respostas, procuro compreender as perguntas...

Escrevia para compreender as outras pessoas, para dar a mim próprio a oportunidade de estar dentro delas, por momentos, e ver o que sentia ao olhar o mundo de uma outra perspectiva. Escrevia para compreender emoções e experiência que não vivi. E escrevia para me compreender. Na escrita, encontrei uma forma de compreensão, de aprendizagem de entendimento, mas sobretudo encontrei uma forma de crescimento pessoal.