quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Na luz da escuridão...

A noite cai lentamente e, ao fundo, posso ouvir a melodia da chuva a cair. Mergulho em mim mesmo e sou conduzido até aos meus pensamentos mais sublimes. Deixo a mente vaguear até o turbilhão de dúvidas acalmar.
Mais uma vez fui convidado a reflectir. Hoje questiono a existência. Quem somos? De onde vimos? Para onde vamos? O que estamos a fazer aqui? Qual o objectivo desta passagem? Existe alguma missão a cumprir aqui? O karma realmente existe? Estamos aqui para o pagar ou entender? O destino existe?
São muitas as dúvidas e poucas as certezas. Procuro respostas. O momento é de reflexão e análise. Procuro compreender muitas das situações que me ocorrem na vida e embarco numa viagem, ao interior de mim mesmo, à procura das respostas que possam dissipar as minhas dúvidas.
A noite já vai longa e tudo aquilo que surge é a dúvida. Dúvidas e mais e mais dúvidas, questões e mais questões. As perguntas que se levantam continuam sem resposta mas as sensações, essas mudam.
A impaciência é subitamente substituída pela curiosidade. Sinto um desejo estranhamente agradável. Nasce em mim uma vontade de iniciar uma caminhada, em busca das respostas para as perguntas e dúvidas que se levantaram ao longo desta primeira fase da minha caminhada pela vida.
Sou invadido pela tranquilidade. Algo em mim sabe que parte da resposta foi alcançada. Meter pés ao caminho é a primeira parte da resposta. Iniciar a caminhada em busca das outras respostas a segunda fase do processo. Nas dúvidas surgem novos caminhos e por isso vou partir em busca da luz na escuridão. Em busca da iluminação que me irá consentir a compreensão. A resposta já veio, apenas ainda não consegui compreender...
Continua… em breve!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A esperança...

A caminhada da vida caracteriza-se por altos e baixos. Ao longo do percurso somos forçados a fazer escolhas e essas nem sempre se revelam as mais acertadas.
No decorrer desse processo de escolhas e, em resultado das mesmas somos por vezes projectados para momentos de dor, de dúvidas e geralmente esses não são períodos fáceis de ultrapassar.
Ao reflectir sobre estes momentos procuro uma resposta satisfatória para as questões que se levantam: o que fazer em momentos de crise? Como reagir? Existirá uma forma mágica que podemos adoptar para enfrentarmos esses momentos?
“Não haverá razão para viver, nem termo para as nossas misérias, se for mister temer tudo quanto seja temível. Neste ponto, põe em acção a tua prudência; mercê da animosidade de espírito, repele inclusive o temor que te acomete de cara descoberta. Pelo menos, combate uma fraqueza com outra: tempera o receio com a esperança. Por certo que possa ser qualquer um dos riscos que tememos, é ainda mais certo que os nossos temores se apaziguam, quando as nossas esperanças nos enganam.
Estabelece equilíbrio, pois, entre a esperança e o temor; sempre que houver completa incerteza, inclina a balança em teu favor: crê no que te agrada. Mesmo que o temor reúna maior número de sufrágios, inclina-a sempre para o lado da esperança; deixa de afligir o coração, e figura-te, sem cessar, que a maior parte dos mortais, sem ser afectada, sem se ver seriamente ameaçada por mal algum, vive em permanente e confusa agitação. É que nenhum conserva o governo de si mesmo: deixa-se levar pelos impulsos, e não mantém o seu temor dentro de limites razoáveis. Nenhum diz:
- Autoridade vã, espírito vão: ou inventou, ou lho contaram.
Flutuamos ao mínimo sopro. De circunstâncias duvidosas, fazemos certezas que nos aterrorizam. Como a justa medida não é do nosso feitio, instantaneamente uma inquietude se converte em medo.”
No excerto acima, de Séneca, in “Dos Reveses”, podemos ver uma das possíveis posturas a seguir em períodos de crise. Claro está que o princípio da subjectividade nos poderá levar a concluir que esta poderá não ser a fórmula mágica ou que fórmulas mágicas não existem para determinadas problemáticas.
Todavia e apesar do princípio que devemos possuir de aceitar como válidas toda e quaisquer opinião, a minha é bastante definida. Socorro-me numa frase de grande sabedoria para a expressar "A esperança não é um sonho, mas uma maneira de traduzir os sonhos em realidade. (Suenens)".
A postura pode ser arriscada, assumo-o, aceito que pode ser interpretada como uma postura um "tanto ao quanto romancista", no entanto ver todas as coisas da vida, mesmo as aparentemente menos positivas, pelo lado menos colorido parece-me um risco muito maior.
Poder-se-á também fazer a leitura que, em certas circunstâncias, poderemos estar a usar a esperança como uma arma para não aceitar o fim das coisas mas… o tempo tudo cura e, a vida é demasiado sábia para nos permitir cometer um erro tão primário.
Termino deixando o convidando-os a fazer uma reflexão e meditar nas palavras de Hegel. "O princípio do mundo moderno é a liberdade da subjectividade. Esta implica quatro conotações: individualismo; direito à crítica; autonomia do agir; a filosofia idealista.”