sábado, 19 de junho de 2010

Injustiças


"Ao homem de bem é preferível ser vencido a vencer a injustiça por meios desonestos." (Salústio)
A vida é uma constante aprendizagem, ao longo da qual somos sujeitos a um sem número de provas. Uma das provas que mais me tem custado suportar é a injustiça com que por vezes sou confrontado.
Hoje, apetece-me reflectir sobre isto. Na verdade, não me apetece, tenho que o fazer. É chegada a hora de perceber o que tenho que aprender com esta situação de vida.
Entro numa viagem à procura de respostas, de entendimento, de aprendizagem, de respostas que me façam compreender o que tenho que aprender.
A minha primeira motivação é a busca de frases de sabedoria que me ajudem a resumir o que me vai na Alma e que me tragam a lição a aprender. Tenho esta característica particular, gosto de frases de grandes sábios, além de acreditar que as respostas que procuramos nos surgem de diversas formas e as que eu procuro chegam-me sob a forma de pesquisa e palavras saídas do meu Eu.
Dominado pela sensação de injustiça e revolta, a cadência de pensamentos surge na minha mente, gerando a minha teoria sobre este tema. Se a primeira citação deste texto me diz o que devo aprender, a segunda, que passo a citar, "Se sofreu uma injustiça, console-se; a verdadeira infelicidade é cometê-la." (Demócrito), elucida-me claramente da forma como devo enfrentar este tipo de situações.
"Anima-te por teres de suportar as injustiças; a verdadeira desgraça consiste em cometê-las." (Pitágoras)
A citação anterior foi o mote para a mudança do meu estado de espírito. Na verdade, esta citação fez-me perceber que mais importante que provar que estão a ser injustos connosco é saber em nós, no nosso interior, nos recônditos mais profundos da nossa Alma que há, em todas as coisas, um lado bom e que o que se dá aos outros, dá-se a si próprio. O que se dá, recebe-se de volta. Será feita justiça… 

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A Evolução Vs Perfeição



Há uma diferença entre almejar a excelência e almejar a perfeição. A primeira é atingível, gratificante e saudável. A segunda, inatingível, frustrante e neurótica. E também um tremendo desperdiçador de tempo”. E. Bliss – Getting Things Done.
Para uns considerado uma virtude, para outros um distúrbio neurológico grave que condiciona, marcadamente, o nosso quotidiano.
Parece não existir qualquer tipo de dúvida que as sociedades são hoje dominadas pelo desejo incontrolável da obtenção da perfeição em todas as áreas da vida. Contudo, tal opção tem-se revelado um verdadeiro desastre, uma vez que as relações (a todos os níveis e de todo o tipo) estão hoje mais degradadas que nunca. Porquê? Talvez porque a ambição desmedida de atingir a perfeição tenha retirado a lucidez aos humanos para saberem distinguir o saudável e prioritário, que pressupõe uma evolução sustentada, do inatingível e irracional desejo da perfeição. Dessa forma, a explicação para o fracasso das relações inter e intra-pessoais, que se traduzem em divórcios e suicídios são facilmente explicáveis, recomendando-se moderação na obtenção do reconhecimento global.

terça-feira, 1 de junho de 2010

A perfeição da imperfeição!


A vida é uma sucessão de experiências, uma série de batalhas que temos que superar (ou pelo menos tentar). Ao longo da vida vamos percebendo que tudo na vida se obtém em troca de outra coisa, mesmo que muitas vezes não o consigamos perceber. 
Por vezes, até mesmo nós terapeutas nos deixamos encurralar, em áreas da nossa vida que ainda não conseguimos superar. Sim, nós também temos os nossos dramas! 
Na verdade, para lidarem com as suas próprias ilusões, muitos terapeutas, atraem sobre a forma de clientes as partes de si mesmos que ainda não conseguem amar. É aqui a que todos vimos parar e que nem todos querem aceitar: há partes de nós que temos que aprender a amar, por mais que nos custe! É a aceitação de nós próprios como um ser imperfeito... Ou será que somos perfeitos nessa imperfeição que nos caracteriza enquanto seres humanos?