quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A meta

A meta é sempre o objectivo final, ou seja, a marca / objectivo que pretendemos alcançar. De facto, os objectivos são o melhor combustível para a motivação, essencial para alcançarmos aquilo a que nos propomos.
Porém, não raras vezes, as pessoas confundem objectivos pessoais com competição com os outros. Neste ponto, creio que isso evidencia uma necessidade latente de se equiparar, para poder saber o quão bom é e usufruir da satisfação do ego em caso de vitória, porque as pessoas gostam de vencer!
Mas afinal, o que é vencer? 
Vencer não é competir com o outro. É derrotar os seus inimigos interiores (Roberto Shinyashiki). Esta foi a melhor definição de vencer que eu encontrei e é com esta que me identifico.

sábado, 14 de maio de 2011

Vazio

O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto.
Fernando Pessoa
Procuro reduzir a uma só palavra o sentimento que invade o meu ser e a primeira palavra que surge na minha mente é vazio. O passo seguinte é a reflexão sobre este sentimento. Será que este vazio é positivo ou negativo?
Embarco numa viagem ao epicentro deste momento de meditação em que me encontro. Os sentimentos são contraditórios, os caminhos dúbios mas, a motivação e a curiosidade de saber onde estes sentimentos me levam são mais fortes e deixo-me mergulhar.
Procuro uma resposta e, mergulhando em mim mesmo, vou em busca de um sinal, uma luz ou de algo que dê sentido e uma razão lógica para me sentir desta forma. Em rigor, não existe nada que conceda racionalidade a esta ambiguidade.
A dúvida surge com esta palavra: ambiguidade! Porque saiu ela de dentro de mim? Simbolizará ela a incerteza? A dúvida relativamente ao meu futuro? A dificuldade de escolha? Os minutos passam, as horas avançam, memórias do passado afloram há minha mente, situações do passado invadem o meu ser e a confusão aumenta!
Que procuro eu? Que procura em mim este vazio? Qual é o sinal? O que é que eu deveria estar a entender com isto? Existirá algo no meu passado que tenho que largar? Algo no meu presente que deva entender? Será que uma parte de mim tem receio do futuro?
Não! A resposta a todas as questões anteriores é definitivamente não, e, isto, não quer dizer que, em determinados momentos da vida, não me sinta assim. Porém, este sentimento de vazio que hoje sinto é libertador! Sim, é libertador. Há partes de mim, feridas no passado, que hoje chegaram ao fim da sua caminhada e estão recuperadas. Este vazio é só um sentimento de alivio…

terça-feira, 15 de março de 2011

A revolta do silêncio

"O silêncio é a mais perfeita expressão do desprezo." (George Bernard Shaw)
Eu precisava de ler. Eu tinha que escrever. Há dias assim, dias em que o silêncio interior se revolta e dá um grito. Há dias em que o silêncio manda calar a voz interior e manda-me falar. Manda-me gritar. Gritar bem alto.
Hoje, sinto-me assim. Eu precisava de ler, e li. Li aquilo que não queria ler. Li aquilo que faz escrever, aquilo que fez o meu silêncio interior revoltar-se. Não me posso calar mais. Não posso continuar a abafar este sonho, o sonho que me move. O sonho que dá sentido à minha vida.
A minha essência manda-me ajudar. Ajudar-me a mim e ajudar os outros. Por isso tenho duas mãos. Uma para me ajudar a mim e outra para ajudar os outros. É isso que quero, é isso que vou fazer. Tenho que o fazer, sinto-o.
O silêncio mordaz que habita em mim, esta minha mania de guardar para mim aquilo que penso para os outros, revoltou-se e que falar. Quer por cá fora parte do que há dentro de mim, quer continuar a caminhada, quer continuar com o foco no apoio àqueles que mais necessitam. Quer deixar de ter “vergonha” de ajudar.
Porque há dias em que o silêncio tem vontade de gritar, o meu grita: quero continuar a ajudar. Quero continuar a viver e a tentar concretizar os meus sonhos. Talvez o maior: o Projecto Alma. A hora aproxima-se. Sinto-o. O meu silêncio revoltou-se.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A luta do Guerreiro

"A sorte nunca fez um homem sábio." (Séneca)
O Guerreio viu uma luz. Seguindo as coordenadas do coração, dirigiu-se para ela. Com a esperança ali do lado, caminhando em passos lentos, descompassados e desordenados, o Guerreiro buscava a Luz. Tinham-lhe dito que era quente, reconfortante, que através da busca da Luz teria as respostas para os seus enigmas mais profundos.
Porém, as experiências passadas pesavam, e, por força disso, o Guerreio não confiava. Muitas vezes, as expectativas saquearam a fé do Guerreiro, tornando-o calculista.
No entanto, o vazio cercava o Guerreiro, deixando-o sem opções. Não havia como voltar à esquerda ou à direita, tampouco voltar atrás. Estava obrigado a caminhar em frente. Tudo o que poderia fazer era retardar a chegada à Luz.
Comprometido com as suas falhas, mergulhado nos insucessos passados, o Guerreio vivia as mesmas provas, sem que ele pudesse entender os porquês. A injustiça perseguia-o. Nada podia fazer, segundo ele. Ao menos, um pouco de sorte, desejava. Mas ela não chegava e o Guerreiro desanimava.
Pouco a pouco, apesar das manobras de retardamento do Guerreiro, a Luz tornava-se cada vez mais próxima, e o Guerreiro temia-a.
Sem mais nada poder fazer, o Guerreiro entregou-se à sorte. À sorte da vida, àquela que tantas vezes é madrasta com ele. Consciente de que merecia mais, o Guerreiro não entende, mas não pára, por vezes duvidando de si, mas lutando sempre. Mesmo que os recursos falhem, o Guerreiro luta. Poderia ter feito mais? Não terá tido sorte?
“A sorte tem um hábito peculiar de favorecer aqueles que não dependem dela".