domingo, 29 de novembro de 2009

Fragmentos do passado

Hoje saí à procura de mim. Na verdade, nem sei bem por que saí, pois saí sem rumo, sem destino e supostamente sem razão alguma. Porém, nada na vida é por acaso. Acredito piamente nesta afirmação. Contudo, a saída deu-se sem razão aparente, mas como tudo tem uma razão, ela acaba por surgir mais tarde ou mais cedo.
Ao longo desta saída, tropecei em partes de mim, partes do meu passado que hoje se manifestaram. Por momentos, pensei que haviam coisas do meu passado por resolver. No entanto, a forma como as recordei e, uma parte, vivenciei fizeram-me perceber que não. De facto, estes fragmentos soltos, que hoje se manifestaram, são partes de mim bem resolvidas, assuntos bem guardados e acomodados no meu baú de memórias, onde guardo religiosamente a minha história.
Apesar disso, ao ser confrontado com estas manifestações de excertos do meu eu antigo, dei-me conta que de facto mudei para melhor. Ao tomar consciência disto, reflecti.
Recordei os tempos passados na agonia, o aperto no peito na hora de tomar decisões difíceis inerentes ao terminar de um ciclo. De facto, houve ciclos que se fecharam, houve medo de falhar, na tomada de decisões, e existiram muitas dúvidas sobre a minha capacidade de resistir ao desejo de voltar atrás. Hoje, a vida, de forma subtil, mostrou-me que o caminho é para a frente, que não devemos temer as mudanças, pois quase sempre elas se dão para melhor. Porém, tal não significa que, de quando em vez, esses fragmentos do passado não se manifestem. Hoje, alguns desses fragmentos manifestaram-se, com o objectivo de me mostrar a mim mesmo tudo aquilo que fui capaz de superar, apesar de naquele momento duvidar. De facto, tudo acontece por uma razão…
Há momentos em que recordar é viver! 

domingo, 22 de novembro de 2009

In peace

As palavras encravam na minha mente. Os pensamentos invadem a minha Alma. Sei que tenho de escrever, embora não saiba o quê. Há momentos na vida em que à primeira vista não existe uma justificação para as nossas acções, para os nossos impulsos, para os nossos sentimentos.
De facto, a ausência de razões parece justificar o sentimento de bem-estar que invade o meu corpo, a minha mente e sobretudo a minha Alma.
Na verdade, há momentos assim. Momentos que nos deixam: serenos, tranquilos, confiantes e que nos fazem deslizar pela vida, aproveitando cada momento, cada minuto, cada segundo com naturalidade. Hoje estou feliz, feliz apenas por que existo…

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Novas estradas, velhos caminhos...

O foco é as decisões. Medito sobre elas, sobre os caminhos onde elas nos levam. Por vezes, sentimo-nos injustiçados pela vida, questionamos os porquês, procuramos entender o que fizemos de errado, questionamos a existência de Deus, questionamos até o modelo de mundo em que vivemos, mas nada, nem mesmo as respostas que ouvimos no nosso interior nos acalma a agonia em que mergulhamos.
De facto, as decisões são como que uma espécie de coordenadas, que nos vão levar a determinado destino, que muitas vezes é bem diferente daquele que idealizamos. Contudo, é sempre fácil questionarmos resultados depois de termos percorrido o caminho, é como quando fazemos um exame e no final “sabíamos tudo”, mas só depois de o ter feito e ter consultado as respostas…
Na verdade, todas as decisões geram consequências e aquilo a que nos deveríamos limitar era a assumir as responsabilidades de as ter tomado e com orgulho, pois tomar decisões é algo nobre e que nem todos têm coragem de fazer.
Todavia, o insucesso muitas vezes alcançado em experiências anteriores leva-nos a meditar muito sobre as decisões e os caminhos a escolher. Então, cheios de presunção e confiança tomamos decisões novas, geralmente exactamente iguais às anteriores, embora camufladas e justificáveis, com variáveis por vezes hilariantes, mas que na prática se revelam exactamente iguais às anteriores. É como que repetir o padrão e para adocicar a coisa apenas e só nos apercebemos no “destino”… se eu soubesse é o pensamento seguinte...
Em rigor, muitas vezes pensamos demais, executamos de menos e decidimos sempre pelo mesmo erro, no fundo é como que escolher novas estradas que nos conduzem a velhos caminhos…