Nem sempre é fácil colocarmos no papel os nossos sentimentos, especialmente quando eles se referem a alguém por quem possuímos sentimentos fortes. Hoje, sinto-me particularmente feliz, ao perceber a quão rico sou por te ter tido na minha vida.
Possivelmente, deves ter passado horas complicadas comigo, na fase em que a turbulência pouco mais permitia que crises de existencialismo e insegurança.
Porém, quero dizer-te que me sinto feliz por te ter tido meu lado, que te admiro e que me orgulho principalmente por me teres dado apenas o teu amor, o teu carinho, a tua atenção de forma tão pura, sabendo eu que não tinhas essa obrigação.
Contudo, mais que tudo o que tens fizeste por mim, aquilo que continuas a fazer mostra-me o quanto me amas, algo que nem sempre lembrei, talvez por sentir a falta de outra pessoa, talvez por ter demasiado saliente a minha insatisfação, característica inerente à minha condição de humano.
Na verdade, os anos passaram e deram-me a maturidade, a lucidez que eu necessitava para poder avaliar as situações com mais senso e justiça e hoje tudo faz todo o sentido na minha história de vida. Por tudo isso, és alguém que jamais quero esquecer, quero antes reconhecer, reconhecer todos os esforços e sacrifícios que fizeste para me tornares um ser melhor.
Queria dizer-te também que me impressionaste muito com toda a disponibilidade que sempre demonstraste ter, sempre que precisei de ajuda ou orientação, duma palavra carinhosa, de um sorriso ou de um simples abraço no tempo certo.
É certo que com os anos deixei de dizer tantas vezes obrigado, não por que não o merecesses ou porque me tivesse esquecido de tudo o que me fizeste, mas porque não há palavra no mundo para dizer na verdade aquilo que sentia por ti e para te fazer perceber o quanto te estou agradecido.
Apesar de ser para mim difícil falar de sentimentos quero expressar aqui apenas um, que resume toda esta carta e toda a nossa história: amo-te. Estejas onde estiveres e como estiveres…
Descansa em paz, com amor;
Ricardo