Hoje saí à procura de mim. Na verdade, nem sei bem por que saí, pois saí sem rumo, sem destino e supostamente sem razão alguma. Porém, nada na vida é por acaso. Acredito piamente nesta afirmação. Contudo, a saída deu-se sem razão aparente, mas como tudo tem uma razão, ela acaba por surgir mais tarde ou mais cedo.
Ao longo desta saída, tropecei em partes de mim, partes do meu passado que hoje se manifestaram. Por momentos, pensei que haviam coisas do meu passado por resolver. No entanto, a forma como as recordei e, uma parte, vivenciei fizeram-me perceber que não. De facto, estes fragmentos soltos, que hoje se manifestaram, são partes de mim bem resolvidas, assuntos bem guardados e acomodados no meu baú de memórias, onde guardo religiosamente a minha história.
Apesar disso, ao ser confrontado com estas manifestações de excertos do meu eu antigo, dei-me conta que de facto mudei para melhor. Ao tomar consciência disto, reflecti.
Recordei os tempos passados na agonia, o aperto no peito na hora de tomar decisões difíceis inerentes ao terminar de um ciclo. De facto, houve ciclos que se fecharam, houve medo de falhar, na tomada de decisões, e existiram muitas dúvidas sobre a minha capacidade de resistir ao desejo de voltar atrás. Hoje, a vida, de forma subtil, mostrou-me que o caminho é para a frente, que não devemos temer as mudanças, pois quase sempre elas se dão para melhor. Porém, tal não significa que, de quando em vez, esses fragmentos do passado não se manifestem. Hoje, alguns desses fragmentos manifestaram-se, com o objectivo de me mostrar a mim mesmo tudo aquilo que fui capaz de superar, apesar de naquele momento duvidar. De facto, tudo acontece por uma razão…
Há momentos em que recordar é viver!
Há momentos em que recordar é viver!