terça-feira, 3 de novembro de 2009

Novas estradas, velhos caminhos...

O foco é as decisões. Medito sobre elas, sobre os caminhos onde elas nos levam. Por vezes, sentimo-nos injustiçados pela vida, questionamos os porquês, procuramos entender o que fizemos de errado, questionamos a existência de Deus, questionamos até o modelo de mundo em que vivemos, mas nada, nem mesmo as respostas que ouvimos no nosso interior nos acalma a agonia em que mergulhamos.
De facto, as decisões são como que uma espécie de coordenadas, que nos vão levar a determinado destino, que muitas vezes é bem diferente daquele que idealizamos. Contudo, é sempre fácil questionarmos resultados depois de termos percorrido o caminho, é como quando fazemos um exame e no final “sabíamos tudo”, mas só depois de o ter feito e ter consultado as respostas…
Na verdade, todas as decisões geram consequências e aquilo a que nos deveríamos limitar era a assumir as responsabilidades de as ter tomado e com orgulho, pois tomar decisões é algo nobre e que nem todos têm coragem de fazer.
Todavia, o insucesso muitas vezes alcançado em experiências anteriores leva-nos a meditar muito sobre as decisões e os caminhos a escolher. Então, cheios de presunção e confiança tomamos decisões novas, geralmente exactamente iguais às anteriores, embora camufladas e justificáveis, com variáveis por vezes hilariantes, mas que na prática se revelam exactamente iguais às anteriores. É como que repetir o padrão e para adocicar a coisa apenas e só nos apercebemos no “destino”… se eu soubesse é o pensamento seguinte...
Em rigor, muitas vezes pensamos demais, executamos de menos e decidimos sempre pelo mesmo erro, no fundo é como que escolher novas estradas que nos conduzem a velhos caminhos…

13 comentários:

erica disse...

Olá Ricardo,

Tomei a liberdade de me tornar seguidora do teu blogue e de te deixar o primeiro comentario deste texto saidinho do forno: )

Em primeiro lugar quero-te dizer que gostei muito de ler alguns posts do teu blogue, ainda não tive tempo para muito mais...

Bom, em relação a este em particular está fantástico... Decisões, tomá-las ou não tomá-las. E que decisoes tomar.
É curioso este teu post pois vai ao encontro da fase que estou a passar. Fase de decisoes, que são importantes.
Não me dizes novidades, mas ajudas-me a encarar os factos. Principalmente na ultima linha qd dizes "Em rigor, muitas vezes pensamos demais, executamos de menos e decidimos sempre pelo mesmo erro, no fundo é como que escolher novas estradas que nos conduzem a velhos caminhos". Um erro a ter em atenção...

No que me diz respeito obrigado por este texto, que embora não sendo para mim me diz muito neste momento... E são mesmo estes momentos que por vezes influenciam as nossas decisoes como se fossem sinais. Ou nos clareiam.

Parabens pelo post... Deixo-te um sorriso: )

Ricardo Veloso disse...

Ola Erica
Por acaso, mas só por acaso, este foi escrito com a sua ajuda! Na verdade, quando o Hélio me passou o link do seu blogue encontrei lá uma música que adoro: Without You - Empire Of The Sun. De facto, esta música está associada a grandes mudanças e decisões na minha vida, que tal como a fase que vive, nem sempre fáceis de tomar, mas que me conduziram a coisas e sentimentos que há muito buscava. Espero, sinceramente que a vida lhe dê essa oportunidade de tomar essas decisões e que as mesmas se traduzam na obtenção daquilo que mais deseja.
Agradeço e retribuo o sorriso e espero que continue a desfrutar do meu blogue, pois penso fazer o mesmo em relação ao seu.
Com estima,
Ricardo

Entre o ceu e o mar disse...

Olá Ricardo

mais uma vez nos surpreendes com mais um texto maravilhoso, revelando grandes verdades.

Nós escolhemos novas estradas que nos levam a velhos caminhos, porque todos os caminhos têm o mesmo destino, por muito que queiramos mudar não conseguimos. Os caminhos delineados temos que os percorrer, não andianta tentarmos finta-los, porque eles existem e de uma maneira ou de outra temos que lá chegar. Podemos é escolher a melhor forma para os percorrer.

Os erros vão repetir-se sempre embora nós não queiramos aceitar.
As lágrimas rolam no rosto e vão voltar a rolar, sempre, até ao infinito da nossa existencia.

Beijinhos

Ricardo Veloso disse...

Olá Susana
Mudar está ao alcance de todos nós, embora muitos de nós, por conforto, preferem não mudar.
Na verdade, muitos justificam tal postura com o facto de nos termos que nos aceitar tal e qual como somos. Não concordo, pois se todos aqueles que chumbam nos exames não fizessem nada para mudar e vencer, estariam a ser "preguiçosos, mangas, ect".
Para mim, quem não faz em termos emocionais é "preguiçoso mental" e deixa-se estar por que nem sempre é fácil mudar.
Aceito essa justificação, mas as coisas difíceis têm outra emoção. Aliás, para mim, os grandes desafios têm a capacidade de nos demonstrar qual o nosso real valor.
Nem todos queremos ser grandes, é aquilo que muitos dizem, contudo, para mim não é uma questão de sermos ou não sermos grandes, mas uma questão de nos superarmos ou de muitas vezes nos recuperarmos.
Beijinhos
Ricardo

Entre o ceu e o mar disse...

Ricardo,
a humildade é a chave para reconhecermos o quanto, por vezes, estamos errados, reconhecer o erro é com certeza um grande passo para a mudaça, aquela mundança que dói mas que é tão necessária como o alimento de todos os dias.
Mudar é sempre dificil, muitas questões se levantam, ter coragem para o fazer é certamente um acto heróico.


Beijinhos

Susana

Ricardo Veloso disse...

Aos poucos, com as quedas, com as tentativas, com o desgaste, com a compreensão alcançamos a libertação. Acredito que o vás conseguir.
Beijinhos

Entre o ceu e o mar disse...

Olá Ricardo,
se eu conseguir ganhar esta batalha será certamente com a tua ajuda.Os teus textos são o alimento de mudança, uma lufada de ar fresco na vida de quem tem o previlégio de sentir as tuas palavras.

Obrigado pela partilha, obrigado por existires.

Ricardo Veloso disse...

Ola Susana
Se as minhas palavras servirem para tu venceres essa cruzada ficarei muito feliz.
Espero que tudo se conjugue para o conseguires.
Beijinho

Anónimo disse...

Olá
Parabéns pelo blogue. Intenso, sábio e sobretudo inspirador.
Abraço

Menina do cantinho disse...

Mais um poste que não podia deixar de ser fantástico.
Decisões?! Tanto que podemos debater sobre isso. Daí o meu último post ser também baseado nas decisões.

Há bem pouco tempo disse a uma pessoa «ainda bem que me aconteceu "aquilo"!» (sabe do que estou a falar). Ficou a olhar para mim espantada.
Mas não há que ter admiração, as maiores lições que a vida me deu foram da pior maneira, foram através de muitas decisões que tomei de forma errada. E agora o que devo pensar? Que faria tudo de outra maneira para não sofrer tanto? Nem pensar, foram todas essas atitudes que dizia serem erradas que me fizeram tornar na menina-mulher que hoje me considero com orgulho.
Aprendi muito com as decisões erradas.

Textos fantásticos sempre.

Um grande beijinho!

Ricardo Veloso disse...

Ola menina do cantinho
Sim sei do que estas a falar:-). Mais, recordo-me perfeitamente disso.
Na verdade, admiro a coragem e a capacidade que adquiriste de tomar decisões. Estás de facto uma MULHER.
Beijinho
Ricardo

Adriana Veloso disse...

Tudo isto se deve ao medo da mudança!

Ficamos tão apegados aos velhos caminhos, que nao vemos os novos que estão em frente dos nossos olhos.

Nada muda de um dia para o outro, nada nos é tirado de repente... O que acontece? Vão havendo peqenos sinais ao longo dos tempos, pqenas mudanças. Mas com todo o medo esquecemo-nos de reparar nas mais pequenas coisas, o resposta está nos pormenores.

Por isso, antes de dizermos que algo é injusto... devemos reflectir para encontrar as palavras perdidas pelo caminho, para depois, construirmos a nossa verdadeira resposta.. Pode nao ser a que queremos ouvir, mas será a mais plausível.

Ricardo Veloso disse...

Filipa
O medo de mudar, o medo de arriscar e o medo de perder são provavelmente as forças mais paralisadoras de todo o universo. Enfrentá-las pode transforma-se na nossa maior vitória.
Beijo Princesa